domingo, 15 de maio de 2011

Os opostos se afastam.

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Para a Física os opostos podem até ser atraentes entre si, mas no cotidiano a regra se inverte: nossa seletividade busca nos outros o que há em nós e nossos gostos e preferências que são as referências para designarmos com quem compartilharemos nosso dia-a-dia.
Pense na pessoa com quem você encontra ou conversa todos os dias por gosto, não por obrigação: o que os fez tão próximos? Se não houvesse, no mínimo, uma semelhança entre vocês, essa proximidade existiria?
Não.
E não é pecado admitir isso.
Nosso círculo social se baseia nessa seletividade. A quem apontamos muitas coisas em comum, chamamos amigos. Quem tem uma ou outra coisa afim, é colega. Quem não tem nada de semelhante conosco, das duas uma: ou só apenas tratamos por ‘oi’, ou ignoramos, simplesmente.

Existem aqueles que se acomodam no ignorar e esquecem que, para conhecermos as pessoas e selecionarmos quais têm a ver conosco, temos que dar uma brecha para que elas cheguem até nós. De um simples sorriso simpático pode nascer uma bela companhia, minha teoria que me faz alvo de tanta repressão.

Enfim, de um tempo para cá selecionei uma pessoa em especial para inserir à minha rede real de relacionamento. Tudo começou início do ano passado, quando, de primeira conversa, descobri que ela gostava de RPG, cosplay e afins e, por essa semelhança, me surgiu a simpatia.
Perdi-me dessa pessoa. A (re)encontrei há uns meses, e, com mais conversa, descobrimos um gosto musical em comum. Fiquei feliz porque gosto musical é uma coisa que, particularmente, eu prezo.
(A essa altura da estória podemos notar que, enquanto o oposto extingue a conversa entre duas pessoas, o comum colhe conversa, fazendo-a multiplicar sem esforço.)
Bem, fui convivendo com essa pessoa. Aos poucos, mais coisas em comum apareceram: ideais, literatura, gastronomia, e hoje é impossível contar quantos gostos e ideias uniformes possuímos.
Do meu modo de ver, o conceito de semelhança de família nem cabe mais a nós, já é caso de gemialidade e assim como conceituei no início, não tenho outra palavra para defini-la a não ser amiga.

Espero que essa ladainha passe alguma coisa útil.
Não é apologia à auto-ajuda, mas às vezes é bom usar nossos recursos para transmitir alguma coisa boa a alguém.
Se você pensa como eu, já temos uma semelhança!
Sinta-se “sorrido” por mim.

sábado, 7 de maio de 2011

Eu quero (precisei) ter um blog

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Err, agora sou eu infiltrada nessa onda modista de blogs.
Confesso que até hoje não tinha tentado invadir esse terreno virtual, primeiro por não compreender o engenho da coisa (admito ter noobado diante dessas ferramentas), segundo por medo.
Isso aqui é um verdadeiro diário nas minhas mãos! Meu medo era justamente esse: falar coisas que eu não devo. Óbvio que não é dito como regra "fale de você, marmota", mas sem querer, não importa o que nós escrevemos, sempre colocamos nosso bedelho. E esse bedelho entrega muito da farinha contida no nosso saco...
Bom, insistiram: "faça um blog, Bruna" Eu insisti: "não tenho uma escrita legal". Retrucaram "hoje não precisa saber escrever bem, basta escrever". Refleti: o que é escrever bem?
Posso dizer que mais uma vez concordo com João Cabral de Melo Neto: "escrever é trabalho e não dom", o que já é meio caminho andado: dom eu não tenho.
Sempre falo que quando algo vai se tornar público, esse algo tem que ter decência. Num blog, a decência da forma ortográfica se integra à decência do conteúdo passado. Acho que com a ortografia estou em paz: já sei que o AGENTE é sanitário. Mas garantir decência de conteúdo quando eu já disse que sempre escapa um pouco de nós quando escrevemos, fica difícil!
Meu medo é passar minha (in)decência por aqui, o que já começou com o nome que escolhi para o meu blog.
Sou de veneta, mas essa explosão esperada sempre fica no fundo da gaveta da minha cabeça. E essa gaveta está em dias de superlotação, por isso a necessidade de usar o livro da modernidade, que é o blog, para extravasar.
Quero ver até onde minha imaginação pode chegar (ou até o quanto eu solto sobre mim).

Estou com medo, mas isso é excitante. Você sente o mesmo?